quarta-feira, 20 de abril de 2011

Atividade I - Verbos

CONTO DE MISTÉRIO

Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível, a qualquer pessoa que cruzasse com ele, ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha.
Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas. Imediatamente, um sujeito mal encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.
Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou: “Siga-me!” - foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu. O outro entrou num beco úmido e mal iluminado e ele – a uma distância de um dez a nove passos – entrou também.
Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.
Entraram os dois e deram numa sala pequena e enfumaçada onde, no centro, via-se uma mesa cheia de pequenos pacotes. Por trás dela um sujeito de barba crescida, roupas humildes e ar de agricultor, parecia ter medo do que ia fazer. Não hesitou – porém – quando o homem que entrara na frente apontou para o que entrara em seguida e disse: “É este”.
O que estava por trás da mesa pegou um dos pacotes e entregou ao que falara. Este passou o pacote para o outro e perguntou se trouxera o dinheiro. Um aceno de cabeça foi a resposta. Enfiou a mão no bolso, tirou um bolo de notas e entregou ao parceiro. Depois, virou-se para sair. O que entrara com ele disse que ficaria ali.
Saiu então sozinho, caminhando em direção às paredes do beco. Quando alcançou uma rua mais clara, assoviou para um táxi que passava e mandou tocar a toda pressa para determinado endereço. O motorista obedeceu e, meia hora depois, entrava em casa a berrar para a mulher:
- Julieta! Oh, Julieta...consegui.
A mulher veio lá de dentro enxugando as mãos em um avental, a sorrir de felicidade. O marido colocou o pacote sobre a mesa, num ar triunfal. Ela abriu o pacote e verificou que o marido conseguira mesmo. Ali estava: um quilo de feijão.


Questões
Escola: _____________________________________________________________________
Português
Data: ___/____/_____
1. Classifique o narrador deste conto.
2. Qual é o tempo verbal utilizado com mais freqüência no texto? Classifique-o e dê exemplos.
3. Observe com atenção os trechos abaixo e responda: quais são os tempos verbais
utilizados e detalhe qual é a idéia que esses tempos transmitem?
a) “Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas.”
b) “Ali parecia não haver ninguém.”
c) “...a qualquer pessoa que cruzasse com ele...”
4. No trecho abaixo, há uma locução verbal. Encontre-a e explique qual a forma nominal utilizada na mesma.
“O motorista obedeceu e, meia hora depois, entrava em casa a berrar para a mulher...”
5. Observe:
“..., caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível, para qualquer pessoa,...”
“A mulher veio lá de dentro enxugando as mãos no avental, a sorrir de felicidade.”
Classifique a forma nominal do verbo utilizada nos trechos acima e explique a idéia que
ela transmite.
7. Reescreva o segundo parágrafo, substituindo o tempo verbal, de forma que a idéia
transmitida seja de fatos ou ações que se repetiam no passado, que representavam uma
rotina. Por fim, diga que tempo você utilizou.

0 comentários:

Postar um comentário

Deixe seu comentário. Professor Carlos André