quinta-feira, 13 de março de 2014

Cordel: Como Fazer


Literatura de Cordel - Definição

Literartura de Cordel
Por Carlos André de Oliveira

·         Definição:

s.m. Corda muito delgada; cordinha.
Bras. Literatura de cordel, o romanceiro popular nordestino, que se distingue em dois grandes grupos: o da poesia improvisada, cantada nas "cantorias", e o da poesia tradicional, de composição literária, contida em folhetos pobremente impressos e vendidos a baixo preço nas feiras, esquinas e mercados do Nordeste.

Como fazer um Cordel?

·         Métrica e rima: A narrativa poética popular deve ser escrita com métrica e com rimas soantes, prefeitas.

·         Verso: É cada uma das linhas constitutivas de um poema. (o mesmo que pé).

 ·         Tipos de versos

  Versos brancos: versos não rimados; versos soltos.
  Verso de seis pés: sextilhas.
  Verso de sete pés: septilhas
  Verso de pé quebrado: Verso errado ou malfeito

·         Estrofe: É um conjunto de versos que apresentam, comumente, sentido completo, o mesmo que estância.
Existem vários tipos de estrofes, no cordel as mais usadas são: quadra (que caiu em desuso), sextilha, setilha e décima. Observe alguns exemplos abaixo:

·         Quadra - Estrofes de quatro versos de sete sílabas

Um dos mais famosos é o de Gonçalves Dias - Canção de Exílio

Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá (2)
As aves que aqui gorjeiam

Não gorjeiam como lá (4).
·         Sextilhas - É a mais conhecida. Estrofe ou estância de seis versos. Estrofe de seis versos de sete sílabas, com o segundo, o quarto e o sexto rimados; verso de seis pés, colcheia, repente. Estilo muito usado nas cantorias, onde os cantadores fazem alusão a qualquer tema ou evento e usando o ritmo de baião. Exemplo:

Quem inventou esse "S"
Com que se escreve saudade
Foi o mesmo que inventou
O "F" da falsidade
E o mesmo que fez o "I"
Da minha infelicidade

Septilhas - Estrofes de sete versos, e as rimas são: AB AB CC B

A crase é um acento (A)
Resultado da junção (B)
De a com outro a (C)
Artigo e preposição (B)
No tal encontro de “ás” (D)
Então, um fica pra trás (D)
É crase! Feita a fusão! (B)
(Ensinando crase com literatura de cordel – Carlos André de Oliveira)

Décimas

É preciso que se ouça a correnteza
Pelos hinos de João Paraibano…
Lourival trocadilho “sobre-humano”
Trocou versos trocados por beleza.
Zé Limeira, surreal, a realeza,
Cantou tudo de forma indiscreta,
Desmontou uma poesia já concreta,
Pra gramática se fez de cego e surdo,
O chamado poeta do absurdo
Foi pra mim um absurdo de poeta.

(De repente, Manoel Cavalcante de Castro)

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